Carlos Eduardo (PDT) promete criar agência público-privada para atrair empregos em entrevista ao RNTV 2ª Edição
Por G1 RN
O candidato do PDT ao governo do Rio
Grande do Norte, Carlos Eduardo, prometeu que vai criar uma agência
público-privada para lidar com o setor produtivo e atrair investimentos
ao estado, caso seja eleito. “O nosso objetivo é exatamente esse, o
emprego e o salário da nossa gente. Inclusive, o nosso governo vai dar
incentivos fiscais. Quanto mais a indústria for para o interior do
estado e mais distante do centro, ela terá mais isenção fiscal. Nós
vamos trocar imposto por emprego”, disse.
A declaração foi dada na segunda-feira,
15, durante entrevista ao RNTV 2ª Edição. Carlos Eduardo também falou
sobre o apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e disse que foi
liberado pelo partido para tomar o posicionamento.
O pedetista abriu a rodada de
entrevistas do RNTV 2ª Edição com os candidatos do segundo turno ao
governo do Rio Grande do Norte. Na terça-feira, 16, foi a vez da
candidata Fátima Bezerra (PT). A ordem das entrevistas foi definida por
sorteio na presença de assessores dos candidatos. Cada um tem 15 minutos
de entrevista, mais 30 segundos para completar um pensamento que esteja
falando e outros 30 segundos para passar um recado diretamente ao
eleitor.
Confira abaixo a entrevista na íntegra
RNTV2 – O senhor declarou apoio a
Jair Bolsonaro do PSL, embora seu partido PDT tenha feito o contrário –
um apoio técnico foi declarado para o PT de Fernando Haddad. O senhor
já foi eleito quatro vezes prefeito de Natal, inclusive com partidos de
espectro socialista, de partidos de esquerda. Como o senhor se sente em
relação a essa declação de apoio? O senhor está à vontade com o seu
partido e com as pessoas que faziam o governo do senhor até pouco tempo
na Prefeitura de Natal?
Carlos Eduardo – Veja, o meu partido
teve no primeiro turno a candidatura de Ciro Gomes. Nós brigamos por
Ciro, mas ele não passou para o segundo turno. O quê que ficou no
segundo turno? A candidatura do PT e a candidatura do Jair Bolsonaro.
Nós consideramos que o Brasil passa hoje por essa crise econômica, essa
crise moral, o Brasil tem 13 milhões de desempregados, o Brasil caiu
quase 9% no Produto Interno Bruto. Isso representa a maior crise
econômica dos últimos 50 anos. E o Brasil passa por esse problema grave
de insegurança em todo o país. Nós consideramos que isso tem culpado: é
exatamente o PT. E esse ciclo está se acabando agora nesse segundo turno
das eleições. Diante dessas opções, eu obtive do partido a liberação,
os diretórios estaduais, o PDT liberou para que se tomassem uma posição.
E a minha posição é muito clara, definida e com convicção. Jair
Bolsonaro ai está, a candidatura dele ganhando no Sul, no Sudeste, no
Centro Oeste, no Norte, só não ganha no Nordeste, ainda. Ainda faltam
duas semanas para a eleição. Então, essa eleição nacional vai ser o fim
do ciclo do PT que levou o Brasil a essa falência e a essa insegurança
que todos nós vivemos. Então, eu sinto que fiz uma opção em sintonia com
as mudanças que o Brasil está precisando e que o Rio Grande do Norte
está precisando.
RNTV2 – Agora essas mudanças
relacionadas aos partidos que lhe apoiavam, esses de esquerda, faz parte
inclusive do seu secretariado pessoas do PT, do PCdoB… Isso, se o
senhor for eleito, essa mudança das peças também irá acontecer? O senhor
não vai ter mais apoio desses partidos?
Carlos Eduardo – Não. No meu
secretariado não tinha ninguém do PT nem PCdoB. Quando eu administrei lá
atrás, em algum momento houve, mas nas duas últimas administrações, não
houve nenhuma participação.
RNTV2 – Virgínia Ferreira, se não me engano, no Dieese, era do PT também…
Carlos Eduardo – Era. Hoje é do PDT. Hoje é do PDT.
RNTV2 – Mas são partidos que tem
o espectro de esquerda. O senhor pretende mudar mesmo a questão de
apoio, caso for eleito, para montar o secretariado?
Carlos Eduardo – A questão do
secretariado, eu vou ver depois da eleição. Depois da eleição, usar
sempre os critérios que eu adotei quando fui prefeito de Natal por
quatro vezes. Critérios absolutamente técnicos. Pode ser até político,
mas desde que tenha o perfil para o exercício da função. E isso deu
certo. Porque todas as vezes em que fui prefeito de Natal, nós tivemos
grandes aprovações e grandes reeleições. E o resultado de governador
mostra que Natal reconhece o gestor Carlos Eduardo, reconhece a
capacidade que a gente tem de fazer, tanto que a nossa maioria sobre a
candidata do PT em Natal foi de mais de 70 mil votos. Então eu quero lhe
dizer que a formação do secretariado vai ser em uma fase posterior.
Primeiro eu tenho que ganhar a eleição. Ganhando a eleição, nós vamos
começar a escolher o secretariado. Critério técnico, critério político,
mas desde que tenha um traço em comum: o perfil para o exercício da
função. Porque um governador só, ele não faz muita coisa, não faz nada.
Nós temos é que ter uma equipe para levar a efeito as nossas políticas
públicas para melhorar o nestado.
RNTV2 – Inclusive, nesse
assunto, não vai ser tão fácil para o senhor em relação à Assembleia
Legislativa, porque foram eleitos poucos deputados. A sua coligação
elegeu apenas três, na Câmara Federal, um; e os dois (candidatos)
senadores que o senhor apoiava acabaram não sendo eleitos. Como é que o
senhor pretende trazer esse pessoal, ou então fazer esses ajustes, se
eleito, para ter o apoio que é necessário?
Carlos Eduardo – Eu já tenho a
experiência como prefeito, já tratei com a Câmara de Vereadores, com os
29 vereadores, sem “toma lá, da cá”, mas fazendo composições que deram
certo. Então, se eu, como prefeito, fiz isso na Câmara Municipal, sem
baixar o nível da política, dessa coisa tão condenada do “toma lá, dá
cá”, da questão fisiológica… a gente sempre tratou isso dentro de um
outro padrão de conceito de relação política, está certo? E isso deu
certo como prefeito de Natal e eu não terei dificuldade como governador.
Porque os eleitos sabem, principalmente agora, com o recado dado nas
urnas, o Brasil fez uma eleição completamente diferente, o eleitor deu
um recado a esses eleitos, e eu acredito que dessa forma nós vamos ter
sim condições de governar com maioria na Assembleia. Até porque tudo o
que for apresentar para o Rio Grande do Norte vai ser em favor do Rio
Grande do Norte, vai ser para beneficiar o Rio Grande do Norte. Isso vai
ser um debate muito claro, muito transparente, e nessa relação não vai
haver prejuízo para o bom desempenho do governo que nós pretendemos
fazer.
RNTV2 – A gente vem de anos
muitos difíceis, principalmente para o funcionalismo público, a crise
econômica que afeta todo o Rio Grande do Norte, e o senhor já comentou
em outras entrevistas em reforma administrativa e também alguns
sacrifícios que terão que ser feitos. O senhor já pensa quais serão
esses sacrifícios, caso seja eleito, a partir de janeiro? O que é que
deve fazer para se ajustar toda a máquina e fazer funcionar, inclusive
com essa questão dos salários, de não fazer com que eles sejam atrasados
novamente?
Carlos Eduardo – Veja, a primeira
iniciativa será o ajuste fiscal. O Rio Grande do Norte hoje tem uma
receita aqui (movimento com a mão) e uma despesa e um orçamento aqui
(com a mão, acima), então é aquela situação de quem ganha dois mil reais
e gasta R$ 2.500, gasta R$ 3.000. Vai ocorrer um problema sério com as
pessoas. E no estado não é diferente. Então a gente tem que botar o
orçamento e a despesa no lugar. E o primeiro a ser enfrentado, a
primeira questão, é esse ajuste fiscal, para que a gente possa botar em
dia o salário dos servidores, que esse é o aspecto mais cruel dessa
crise, é o atraso de salário. Botar os salários em dia e voltar a
investir para que os serviços voltem a funcionar. Voltar a investir na
segurança, voltar a investir na saúde, voltar a investir na educação, na
ciência e técnologia, na cultura, na agricultura, no turismo, enfim,
botar o governo para funcionar. Hoje o que nós temos aí é um estado que
não tem receita sequer para pagar os salários.
RNTV2 – Missão dificílima, não é? Começar por onde?
Carlos Eduardo – Muito. Eu acho que a gente vai diminuir o tamanho do estado.
RNTV2 – O senhor fala em cortes,
em demissões? A gente sabe que aqui no Rio Grande do Norte o número de
cargos comissionados não é muito alto. São 1.139 agora, um dos menores
índices do país. A margem de manobra para o senhor enxugar, dessa forma,
talvez seja pequena. E em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, a
questão salarial, mesmo excluindo os aposentados e pensionistas, dá para
falar em fazer ainda concurso público, em fazer investimento? Como é
que a gente vai investigar de um local que já está enxuto? Servidores
podem até ser demitidos?
Carlos Eduardo – Essas informações, nós
só vamos saber se são verdadeiras ou não quando chegar lá. Então, quando
nós chegarmos lá, nós vamos fazer um levantamento, nós vamos revisar
todos os contratos de fornecedores, auditoria. Nós vamos levantar. Eu
acho que o Estado tem que fazer o seu dever de casa. E isso implica
também em conversar com os demais poderes. Porque, o que a gente vê
hoje? O poder que arrecada, atrasa salário e nos demais poderes, sobra
orçamento e sobra recurso. Então, a gente vai conversar, abrir um
diálogo com toda transparência, com os demais poderes. Vamos fazer o
nosso dever de casa. Nós vamos realmente enxugar a máquina com o
propósito de botar o salário em dia e fazer os serviços funcionarem
novamente. Agora, isso implica realmente diminuir o tamanho
administrativo do estado, implica economizar em tudo, economizar em
negociações com fornecedores e terceirizados, implica em negociações com
os demais poderes e numa coisa que é o principal: retomar o
desenvolvimento econômico. Porque a gente só vai crescer a receita se a
gente retomar o desenvolvimento econômico. Ai sim a gente vai arrecadar
mais, a gente vai poder profissionalmente o servidor, sob o ponto de
vista dele profissional e salarialmente, vai poder investir melhor na
saúde, na educação, na agricultura, nos diversos setores do governo do
estado. É isso que o Rio Grande do Norte está precisando. Primeiro
lugar, arrumar a casa e voltar o desenvolvimento econômico, criação de
empregos, melhorar a receita e enfrentar os problemas que nós temos.
RNTV2 – A questão industrial é
inclusive um dos problemas. A gente perdeu nos últimos anos grandes
indústrias. A Ambev foi uma das últimas que saíram do estado, várias do
ramo têxtil, inclusive. O que o senhor pretende fazer para que elas
possam se instalar novamente aqui e não escolher, por exemplo, estados
como o Ceará, Pernambuco, aqui perto? Acaba muitas vezes falam que
faltam incentivo fiscal para essas empresas gerarem negócio, se
instalarem aqui e gerarem emprego também… Esse deve ser algum
carro-chefe, digamos assim, do seu governo, para gerar emprego?
Carlos Eduardo – Veja, o mundo inteiro
corre atrás do emprego e o Rio Grande do Norte precisa correr atrás do
emprego. Nós vamos fazer a agência público-privada sem criar um cargo
novo nem função gratificada. Esse é um fórum presidido pelo governador
para que a gente possa dialogar com o setor produtivo do Rio Grande do
Norte. Primeiro para o seguinte: para a gente reter os investimentos que
estão sendo feitos aqui. Colocar numa mesa o governo e o setor
produtivo. Quais são as soluções de pendências que precisamos fazer para
que os negócios de vocês prosperem, cresçam e gerem mais trabalho e
salário para nossa gente? Esse é um ponto. O outro ponto é a gente lutar
contra a burocracia. A burocracia é um empecilho grave hoje para o
desenvolvimento econômico. O nosso governo vai centrar nessa questão. Um
processo de poupa-tempo para que a gente possa receber, analisar e
licenciar os investimentos privados com dinamismo no Rio Grande do
Norte. E depois eu vou reunir os investidores do Rio Grande do Norte e
vou fazer missões pelo Brasil e pelo mundo para que a gente atraia
investimentos privados para o Rio Grande do Norte. Porque o nosso
objetivo é exatamente esse, o emprego e o salário da nossa gente.
Inclusive, o nosso governo vai dar incentivos fiscais, quanto mais a
indústria for para o interior do estado e mais distante do centro, ela
terá mais isenção fiscal. Nós vamos trocar imposto por emprego. Porque
nada dignifica mais a mulher e o homem do que o trabalho e o salário no
fim do mês. Se o mundo corre atrás do emprego, o nosso governo terá essa
meta.
RNTV2 – Vamos falar agora de um
problema que todo mundo vivo, o senhor inclusive já foi vítima também,
insegurança em todo o Rio Grande do Norte. O senhor fala em mudar frota,
em fazer com que os policiais sejam melhor recompensados, em
reestruturar delegacias de bairros e batalhões, inclusive no interior.
Agora existe um levantamento de quanto isso custaria? O estado está do
jeito que está. Como a gente vai começar a fazer com que seja investido
dinheiro na otimização de projetos, inclusive para trazer benefícios,
como o senhor vai tratar a questão da insegurança?
Carlos Eduardo – Olha, veja, uma das
grandes metas do presidenciável Jair Bolsonaro é a questão da segurança.
Porque é isso que o brasileiro hoje, ao lado da saúde pública, melhorar
a educação, voltar o desenvolvimento econômico e os empregos, mas a
questão da segurança precisa ser enfrentada. Eu acredito muito que o
novo presidente Jair Bolsonaro vai atuar firme nessa questão. E nós aqui
com certeza teremos aqui uma iniciativa para enfrentar logo esse
problema. A segurança vive uma crise profunda e nós vamos fazer isso
investindo em inteligência, em tecnologia, em treinamento, em
equipamento, em valorização profissional e salarial das forças de
segurança. E vamos também retomar o desenvolvimento econômico no sentido
de que a gente comece a voltar a criar empregos no Rio Grande do Norte.
RNTV2 – Mas isso a um médio prazo? Porque agora a gente não tem dinheiro…
Carlos Eduardo – Salários em dia, volta a
investir em segurança e saúde e depois a gente vai botando o Rio Grande
do Norte nos eixos, como fizemos em Natal, vamos fazer no Rio Grande do
Norte.
RNTV2 – O senhor tem 30 segundos para dar um recado ao Rio Grande do Norte.
Carlos Eduardo – O Brasil está fazendo
essa mudança. Vai ser eleito o presidenciável Jair Bolsonaro e o Rio
Grande do Norte precisa estar sintonizado como o Brasil. Aqui nós não
podemos eleger alguém que é diametralmente oposto à nova situação que o
Brasil vai viver. Então eu peço ao eleitor essa reflexão e tome a
decisão do seu voto.
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