
Em entrevista publicada pelo El País no último dia 26, ao ser perguntado se havia risco de o PT ganhar as eleições e não levar, Dirceu respondeu: “é questão de tempo para gente tomar o poder, aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”.
No final de semana, em entrevista ao portal AZ, do Piauí, o petista afirmou que o Ministério Público se tornou “uma polícia política” e que, por causa disso, é preciso “tirar o poder de investigação” do órgão. O ministro ainda sugeriu, em outra entrevista, que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha seu nome alterado para “Corte Constitucional”.
De acordo com um aliado de Haddad, esse tipo de fala “não ajuda em nada”. O ex-ministro não exerce nenhuma função formal na campanha petista. Embora tenha participado do ato de registro da candidatura do ex-presidente Lula, em 15 de agosto, em Brasília, Dirceu não participou de atos públicos de campanha de Haddad.
No começo do ano, no entanto, quando tentava se articular dentro do PT para ser o candidato do partido a presidente, Haddad se encontrou com Dirceu, em Brasília.
No domingo, Dirceu afirmou, em coletiva de imprensa, que o uso da expressão “tomar o poder” foi “infeliz”. Segundo ele, estava se referindo à possibilidade de, mesmo após eleito, o PT levar um “golpe”.
O ex-ministro tem rodado o país para divulgar o seu livro “Zé Dirceu – Memórias volume 1”. Condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava-Jato, o ex-ministro foi solto em junho por decisão do STF.
Integrante da coordenação da campanha de Haddad, o também ex-ministro Gilberto Carvalho, não há problemas com as falas de Dirceu e negou o incômodo.
– Não acho que ele falou nenhuma bobagem. Em nenhum momento na campanha foi tocado nesse assunto.
O Globo
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