Disputa eleitoral de 2022 começa, à sombra do coronavírus

A pouco mais de dois anos para a eleição presidencial de 2022, o cenário da campanha começa a se desenhar, com o surgimento de novos postulantes e a sinalização dos temas que devem dominar os debates. O presidente Jair Bolsonaro, para conseguir um novo mandato, deverá enfrentar candidaturas de ex-aliados –– além dos nomes da oposição –– e cobranças sobre as principais mazelas de seu governo, como os números da pandemia do novo coronavírus.

Aos poucos, alguns atores com pretensões ao Palácio do Planalto soltam balões de ensaio para avaliar a viabilidade de suas candidaturas. Um deles é o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que anunciou, na última quinta-feira, a disponibilidade de se engajar na corrida presidencial –– na cabeça da chapa ou a vice numa coligação. O médico deixou o governo após divergências com Bolsonaro, que insiste na eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19 e é crítico ferrenho do isolamento social. 

Ao falar sobre suas pretensões eleitorais, Mandetta anunciou que deve lançar, em agosto, um livro contando seu trabalho no Ministério da Saúde durante a pandemia. Nos últimos dias houve também rumores sobre uma possível chapa formada por Mandetta e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que deixou o governo acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal para proteger filhos e amigos. Os dois ex-ministros eram os que desfrutavam da maior popularidade no governo e, ao saírem, lutam para manter vivo o apoio que setores da sociedade lhes deram.

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