Auxílio emergencial não é para sempre, tenham isso na cabeça’, diz Bolsonaro no Pará

 


Foto: Marcello Casal / Agência Brasil

Em meio às discussões sobre o novo programa assistencial que o governo planeja criar para substituir o Bolsa Família, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o “auxílio emergencial não é para sempre”. Segundo o presidente, o benefício é de “momento” e é onerosa demais para a União, apesar de ser “pouco para quem recebe”.

— O auxílio emergencial não é para sempre, tenham isso na cabeça. É um momento, até porque é muito caro para a União, é pouco até para quem recebe, eu reconheço, mas é caro demais para a União — afirmou em Breves (PA), na ilha do Marajó, durante apresentação do programa Abrace o Marajó.

Na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, negou a possibilidade de prorrogar a concessão do auxílio emergencial para 2021. Guedes garantiu que o plano emergencial criado por conta da pandemia de Covid-19 irá até dezembro deste ano, sem extensão.

Mais cedo, Bolsonaro e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, participaram de um atendimento bancário em uma agência-barco, na cidade. Sem máscara, os dois conversaram com uma família beneficiária do Auxílio Emergencial.

— Hoje eu senti a emoção também de realizar o pagamento de mais uma família do auxílio emergencial. Sabemos os efeitos dessa pandemia. Lamentavelmente, alguns obrigaram vocês a ficarem em casa, eu não tive participação nisso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas fizemos tudo possível para minimizar a dor, em especial o sofrimento dos mais humildes — afirmou durante a cerimônia.

Apesar da afirmação do presidente, na decisão do Supremo em abril, os ministros concordaram que o governo federal também poderia tomar medidas para conter a pandemia, mas em casos de abrangência nacional.

Sem citar quais, o presidente disse ainda que as outras medidas tomadas pelo governo durante a pandemia devem fazer com que o país volte à normalidade “brevemente”.

Renda Cidadã depois das eleições

Na quinta-feira, o relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do corte de gastos e do orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), voltou atrás e informou que apresentará a formulação do Renda Cidadã somente depois das eleições municipais em novembro.

Ele havia prometido apresentar o parecer na próxima semana. Segundo Bittar, oito milhões de pessoas que recebem ao auxílio emergencial poderão “dormir tranquilas” no dia 31 de dezembro porque “o Estado não vai lhes virar as costas” a partir de janeiro de 2021.

Em uma gravação distribuída pela assessoria de imprensa, Bittar afirmou que irá apresentar uma proposta que seja consenso entre o presidente Jair Bolsonaro e líderes dos partidos, para que ela possa ser aprovada no Congresso.

— Qualquer que seja a proposta, ela vai incomodar porque, para arrumar recursos para essas pessoas vai ter que tirar de algum lugar e, do lugar que for tirado, tem alguém que está incomodado, e tem que ser ao mesmo tempo uma proposta de consenso — disse Bittar, acrescentando.

— Não adianta eu apresentar sozinho, não por medo de críticas, sou um homem público preparado para isso, porque, se eu apresentar sozinho, não anda, não passa, não aprova. E, neste momento, a eleição não é um bom conselheiro. Muitos deputados e senadores estão muito envolvidos com isso.

O Globo

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