Candidatos já injetaram mais de R$ 40 milhões do próprio bolso para financiar suas campanhas

 

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Os candidatos já tiraram R$ 40,7 milhões dos próprios bolsos para financiar suas campanhas, segundo levantamento feito pelo G1 com dados do Tribunal Superior Eleitoral. Após duas semanas de campanha, 27% da receita das candidaturas são de recursos próprios dos candidatos. O montante só é menor que o dinheiro enviado para as campanhas pelos partidos (R$ 65,2 milhões).

O levantamento revela que 23 candidatos transferiram mais de R$ 100 mil em recursos próprios para a campanha. Porém, a maioria de todos os 9.903 candidatos que injetaram dinheiro na própria candidatura (83%) colocou valores mais baixos, de até R$ 5 mil.

Nestas eleições, o autofinanciamento (quando o candidato coloca o dinheiro dele na própria campanha) precisa respeitar o limite de 10% do teto de gastos para a campanha do cargo. Em 2018, a regra era diferente: era 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior ao das eleições.

Considerando o limite de 10% do teto de gastos da campanha em 2020, o montante de recursos próprios varia de acordo com município e cargo. Na disputa de primeiro turno para prefeito, o teto varia de R$ 123 mil a R$ 51,8 milhões. Para vereador, essa variação é de R$ 12,3 mil a R$ 3,7 milhões.

Candidatos com mais recursos próprios

O G1 localizou os cinco candidatos que, até agora, mais tiraram dinheiro do próprio bolso para as campanhas. Todos são candidatos a prefeito. Às vezes, os valores se aproximam ao de um apartamento ou mesmo a vários meses de salário no comando da prefeitura.

O líder do ranking é Vittorio Medioli (PSD). Ele transferiu, no total, R$ 500 mil em recursos próprios para a candidatura a prefeito de Betim (MG). Por enquanto, esse montante é o único valor informado como receita ao TSE. Em nota, a assessoria diz que “a campanha de Vittorio Medioli segue estritamente o que é permitido por lei”.

Logo em seguida, com R$ 450 mil em recursos próprios, está o candidato Fabiano Cazeca (PROS), que disputa a Prefeitura de Belo Horizonte. Esta foi a única receita informada pelo TSE até agora. A nota do candidato diz que “o candidato está fazendo uma campanha absolutamente dentro do que permite a legislação eleitoral”.

Em terceiro lugar, o candidato João Guilherme (Novo) transferiu R$ 445 mil do próprio bolso para a sua candidatura a prefeito de Curitiba. Além dos recursos próprios, ele recebeu também R$ 23 mil de pessoas físicas.

A nota do candidato diz que “ele sabia que não teria recursos do fundo eleitoral, já que o seu partido tem por princípio não o utilizar”. “Ele fez uma reserva de recursos próprios para ser aplicado na produção de materiais assim que saísse o CNPJ de campanha, conseguindo custos menores do que os praticados atualmente”, diz.

Já o candidato à reeleição José Luiz Nanci (Cidadania), que tenta ficar mais um mandato na Prefeitura de São Gonçalo (RJ), tirou R$ 311 mil do próprio bolso para a campanha. A prestação de contas de Nanci mostra ainda que ele recebeu mais R$ 4 mil de pessoas físicas. Em nota, o candidato diz que “o uso de recursos próprios está dentro do permitido pela norma do TSE”.

Por fim, o candidato Thiago Muniz (DEM) colocou R$ 270 mil em recursos próprios na campanha a prefeito de Rondonópolis (MT). Esta é a única receita da campanha do candidato por enquanto. A assessoria do candidato Thiago Muniz foi procurada pelo G1, mas não quis se pronunciar.

G1

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