China tem a primeira morte por Covid-19 em oito meses

 

Foto: WANG ZHAO / AFP

A China anunciou nesta quinta-feira a primeira morte por Covid-19 em oito meses, enquanto o país detecta uma série de novos surtos e pouco antes da chegada da equipe da Organização Mundial de Saúde (OMS) encarregada de investigar a origem do novo coronavírus em Wuhan, onde a doença foi registrada primeiro, em dezembro de 2019.

O país havia conseguido praticamente erradicar a doença em seu território graças a fortes medidas de controle de movimento, ao uso de máscara, a confinamentos e a aplicativos de rastreamento.

Nos últimos dias, porém, vários surtos reapareceram — embora o número de casos de transmissão local seja baixo se comparado aos números registrados em outras partes do mundo.

Nesta quinta-feira, o governo da China anunciou o maior número de infecções diárias desde março de 2020. A maioria dos novos casos se concentra em Hebei, província que circunda a capital e onde algumas cidades já estão em quarentena. Segundo autoridades, a vítima é dessa região, onde houve 81 casos em 24 horas. O último óbito no país por causa da pandemia havia ocorrido em maio de 2020.

No total, a Comissão Nacional de Saúde informou em um comunicado que foram registrados 138 novos casos, em comparação aos 115 do dia anterior, marcando o maior aumento desde 5 de março do ano passado. Desde o início da pandemia, mais de 97 mil pessoas foram infectadas na China e 4.635 morreram por causa da Covid-19.

Com o aumento dos casos, autoridades têm adotado medidas mais duras. Heilongjiang, uma província vizinha da Rússia, declarou “estado de emergência” na quarta-feira. Seus 37,5 milhões de habitantes não podem deixar a província, exceto em casos de urgência, e reuniões foram canceladas. Uma das cidades da província, Suihua, de mais de 5 milhões de habitantes, já havia sido colocada em quarentena na segunda-feira, com moradores proibidos de sair de casa e com o transporte público suspenso.

O aumento dos casos preocupa o governo com a chegada do Ano Novo Chinês, que este ano cai em 12 de fevereiro, porque a data causa o deslocamento de milhões de pessoas. No entanto, autoridades acreditam improvável que o país registre uma alta disseminação do vírus.

OMS chega à China

Em meio ao avanço da pandemia no país, uma equipe da OMS chegou à cidade de Wuhan para investigar a origem da Covid-19. O trabalho irá demorar para começar, já que os especialistas precisarão ficar em quarentena por duas semanas.

A visita da OMS é extremamente sensível para o governo chinês. Prevista para a semana passada, ela havia sido cancelada de última hora por falta de autorizações necessárias. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, chegou a lamentar que os pesquisadores não puderam visitar o país antes.

O Globo

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