Como o dinheiro influenciará a definição dos candidatos à Presidência

Se fosse pela vontade da maior parte dos políticos, seus partidos nunca teriam candidato próprio à Presidência da República (a lógica só não vale para o PT, por motivos que abaixo se explicará). Isso porque, com o financiamento privado proibido por lei desde 2015, o dinheiro para as campanhas vem basicamente do Fundo Eleitoral — e ele não é elástico.

Quem lança um candidato ao Planalto tem de reservar uma boa parte dos recursos para a empreitada. Quem não tem candidato próprio fica com mais dinheiro para dividir entre os pleiteantes a deputado, senador e governador. É por isso que hoje, em todos os partidos que acenam com candidaturas à Presidência, há resistência à iniciativa.

No PSDB, essa resistência afeta diretamente o curso das prévias que irão definir se será João Doria ou Eduardo Leite o candidato do partido à sucessão de Bolsonaro.

Uma ala liderada pelo deputado Aécio Neves (MG) defende a candidatura de Leite, governador do Rio Grande do Sul, inclusive e sobretudo porque sabe que, sendo ele o vitorioso nas prévias, o PSDB, em vez de lançar candidato próprio, poderá compor com outras siglas de centro e assim direcionar a verba do fundo eleitoral para as candidaturas a deputado, por exemplo.

Aécio, que como muitos de seus pares, acostumou-se à generosidade da iniciativa privada para tocar suas campanhas, agora tem nas verbas do fundo eleitoral uma condição fundamental para garantir sua sobrevivência política. Para integrantes do PSL e DEM, a situação não é diferente.

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