Prefeito de Touros demite 499 ocupantes de cargos de confiança, inclusive os secretários, forçado pela crise financeira
Prefeito Ney Leite
A
crise financeira provocada pela redução nos repasses não atinge apenas o
Governo do Estado. Chega também, com muito mais gravidade, aos
municípios potiguares. E Touros é um exemplo disso. Sofrendo com redução
no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Fundeb e ICMS, o
prefeito Ney Leite se viu obrigado a cortar todos os cargos
comissionados. No total, 499 ocupantes de cargos de confiança foram
demitidos. Era isso ou ter que penalizar a população com a diminuição de
investimentos na saúde, educação e assistência social.
A
situação foi tão grave que nem mesmo os que ocupam cargos no primeiro
escalão da administração municipal, ou seja, os secretários, foram
poupados. Com a saída deles, funcionários efetivos da prefeitura que
tinham experiência como secretários foram promovidos para a condição de
chefia. “Se compararmos os meses de Janeiro e outubro de 2013, só no
FPM, o município teve uma queda de mais de 70% no repasse, recebemos R$
500.231,77 no primeiro mês do ano e, agora, apenas R$ 144.849,41, como
saldo final, ou seja, menos R$ 350 mil”, justificou Ney Leite ao tratar
dos cortes.
Com as exonerações e o corte de
contratos, somados às medidas de economia financeira, como a diminuição
do expediente, por exemplo, a Prefeitura de Touros espera economizar até
R$ 800 mil mensais. “Tinha uma folha salarial bruta de R$ 2,196 milhões
e conseguimos reduzi-la para R$ 1,564 milhão”, ressaltou Ney Leite.
É
importante lembrar que as dificuldades financeiras do município não são
nada recentes, sobretudo, com o aumento das despesas provenientes dos
maiores investimentos na saúde, educação e assistência social.
“Conseguimos resgatar no início do ano 1.050 alunos para a rede
municipal de ensino, contudo, o Fundeb ainda é menor. Recebemos o
repasse como se tivéssemos mil alunos a menos”, explicou Ney Leite.
O
prefeito exemplificou, também, que hoje existem 15 unidades do Programa
Saúde da Família (PSF) em funcionamento. Além disso, os professores
recebem o piso nacional do magistério. “Não posso comprometer a Educação
de Touros. Não posso retirar dos nossos educadores que passaram quatro
anos reivindicando atenção da administração municipal. Eles merecem
receber o Piso Nacional, e eu serei justo. Educação e Saúde são
prioridade”, ressaltou.
De qualquer forma, a
expectativa é que nos próximos meses, a situação melhore com a
sensibilização do Governo Federal, pelo menos, com relação ao repasse do
FPM. Além disso, deverá haver aumento também no Fundeb. “Vamos aguardar
o retorno do Governo Federal. O presidente da Federação dos Municípios
do RN (Femurn), Benes Leocádio, pediu que o Congresso Nacional vote
Proposta de Emenda à Constituição (PEC 39/13) que amplia em 2% os
recursos do FPM. Até lá, vamos tomando outras medidas”, lembrou Ney
Leite. (Com informações do blog Cidade News Itaú).
Comentários
Postar um comentário