A Justiça revogou a decisão que concedia o benefício do regime
semiaberto a Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por
matar os pais em 2002, após a detenta alegar que teme por sua liberdade e
que o pedido de progressão de regime foi feito por seu advogado de
defesa contra sua vontade.
A suspensão do benefício foi decidida nesta quarta-feira (20) pela juíza
Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de
Taubaté, após uma audiência com Suzane no fórum.
A audiência foi motivada pelo pedido da detenta de permanecer no regime
fechado até o término da construção da ala de semiaberto que está sendo
feita na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P1
feminina, onde cumpre pena. O motivo alegado por ela é de que pretendia
continuar o trabalho na oficina da Funap, pois necessita da remição e do
salário das atividades.
O fato chamou a atenção da juíza por ser diferente do que vinha sendo
defendido e pedido pelo advogado de Suzane, Denivaldo Barni, que chegou a
anunciar a intenção de empregá-la em seu escritório logo após a
divulgação da decisão que previa a progressão de regime para ela.
No fórum, a detenta informou a juíza que não gostaria mais de ser
representada por Barni que, segundo ela, não passa informações do
processo a ela e que o pedido de progressão de regime foi feito contra
sua vontade.
Com isso, a juíza Sueli Zeraik determinou a revogação da decisão que
previa a progressão de regime para Suzane e destituiu o advogado
Denivaldo Barni da defesa dela, que passa a ser representada pela
Defensoria Pública.
"Diante do teor das declarações prestadas pela sentenciada nesta data,
dando conta de que por temer por sua vida não tinha interesse na
progressão de regime no momento, tendo sido tal postulação levada a
efeito por seu advogado à revelia e até mesmo contra sua vontade, torno
sem efeito a decisão que progrediu para o regime intermediário de
cumprimento de pena, mantendo-a na situação em que se encontrava antes",
diz trecho da decisão.
O G1 tentou contato com o advogado Denivaldo Barni para comentar o caso,
mas ele não foi localizado até a publicação da reportagem.
Progressão
A decisão que passava Suzane do regime fechado para o semiaberto era da
mesma juíza que determinou a revogação. O bom comportamento e o tempo em
que a detenta permaneceu presa em regime fechado foram considerado na
decisão. O pedido era feito desde 2009 pelo advogado dela.
Suzane von Richthofen, de 30 anos, cumpre pena na Penitenciária Feminina
Santa Maria Eufrásia Pelletier. O presídio abriga outras detentas que
participaram de casos com grande repercussão na mídia como Elize
Matsunaga e Anna Carolina Jatobá.
G1
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