Um poço que jorrou mais de 140 mil votos de maioria.

POCO
Em política, uma simples frase, um pequeno detalhe pode se tornar o algo que a campanha necessitava para tomar um embalo.
Aqui, não foi este pequeno detalhe, porque o fator principal foi a questão do Acordão, no Rio Grande do Norte. Tanto é, que tão logo foi “castigado” em demasia o termo acordão, que o candidato Henrique Alves tratou imediatamente de desfazer.
Era uma missão quase impossível, tendo em vista que o ajuntamento das forças políticas, trazendo os tradicionais e ferrenhos inimigos políticos como José Agripino e Vilma de Faria, para formar uma das maiores coligações.
No primeiro turno, os erros da campanha de Henrique Alves foram surgindo. Um deles, o de colar a imagem da governadora Rosalba Ciarlini ao do candidato Robinson Faria, vice da atual governadora. Isso não funcionou tanto. Outro erro, o de não buscar erros, possíveis “escândalos” [como gostam apenas nessas épocas], do candidato adversário, deixando para fazer apenas no segundo turno.
Aí veio a questão do candidato de um poço só. Usou e abusou dessa “perfuração”. Visto como algo pequeno, pouco para um candidato que tinha sido secretário de Recursos Hídricos.
Se por um lado, o candidato achou que perfurar um poço não foi nada, por outro lado, o eleitor achava que a “denúncia” de só ter perfurado um poço, não era algo tão escandaloso que pudesse macular a imagem do candidato Robinson.
Colar a imagem de Henrique Alves ao candidato Aécio Neves, no segundo turno, foi outro erro crucial. Ora, a candidata Dilma tinha mais de 70 por centos das intenções de voto no Rio Grande do Norte, tendo Aécio apenas 20 e poucos por cento. Como desconstituir a imagem de um candidato com 70 por cento e se unir a outro com apenas 20?
Ao final, o resultado apontou o que as ruas já vinham desenhando desde o primeiro turno: ou seja, o candidato de um poço só jorrou votos, da capital ao sertão, e foi eleito com mais de 140 mil votos de maioria.
Aclesivan Soares.

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