‘Não vou desconstruir ninguém’, diz Marina sobre como reagir nas pesquisas


Foto: Reprodução / Rede Globo 

Em queda nas pesquisas de intenção de votos – ela marcou apenas 7% no levantamento do Datafolha divulgado na última quinta-feira -, a candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, afirmou que se recusará a adotar uma estratégia de ataques aos seus adversários. Nos últimos dias, Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) têm subido o tom para evitar a polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Em entrevista ao “Jornal da Globo” na madrugada deste sábado, ela foi perguntada sobre o mau momento nas pesquisas, e afirmou que manterá um discurso programático:

– Meu eleitor é o mais livre, porque não tem uma aderência a priori a isso ou aquilo. São pessoas livres pra dar o voto a quem quiser. A eleitor cativo não importa se (o candidato) roubou ou agrediu, é quase uma religião. Eu entrei (na campanha) sabendo das dificuldades, tenho 21 segundos de TV. Não me disponho a prometer qualquer coisa. Não vou desistir de falar a verdade. Não vou desconstruir adversários – declarou.

Ainda sobre as dificuldades enfrentadas por sua candidatura e pela Rede, que para alguns analistas está ameaçada até de não superar a cláusula de barreira, Marina não fez uma autocrítica no processo de formação da legenda, e contou que vetou a entrada de parlamentares na sigla.

– Fiz uma escolha programática. Conversei com mais de 28 deputados quando criei a Rede. o perfil da maioria não era compatível com o programa da Rede. Me diziam: “se a senhora me der o partido lá no meu Estado…” Mas o partido não é meu – afirmou.

Marina voltou a falar que pretende fazer um “governo de transição”, e que, se eleita, ficará apenas quatro anos no Palácio do Planalto. Ela defendeu que, a partir de 2022, o mandato presidencial passe a ser de cinco anos, sem direito a reeleição.

Reforma Trabalhista

Ela também falou sobre revisão de alguns pontos da reforma trabalhista aprovada no Congresso com o apoio do governo Temer. Marina diz que não pretende revogar a legislação, mas discorreu sobre questões que deseja mudar:

– A reforma trabalhista precisa de mudanças, foram cometidas algumas atrocidades. Por exemplo, uma mulher grávida ter de trabalhar numa situação de risco para ele e o bebê. Uma pessoa que vive sob trabalho escravo ter de pagar a perícia técnica. Isso praticamente veda o acesso à Justiça para pessoas mais vulneráveis. O trabalho intermitente também precisa ser revisto. Não digo que tem que revogar a reforma trabalhista, mas tem de rever.

O Globo

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