Quem se
prepara para realizar o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) sabe que
precisa estar bem informado através do noticiário, uma vez que a prova
tem como característica a exigência de repertório em diversas áreas do
conhecimento.
Pensando
nisso, Fábio Braz, consultor pedagógico do SAS, elencou possíveis temas
de atualidades que podem ser cobrados pelo exame, com base nos
principais acontecimentos no Brasil e no mundo durante 2018.
– Uma nova corrida espacial
Agora não
somente as agências governamentais, como a NASA, exploram a imensidão
do espaço, mas também as empresas privadas e consórcios diversos. Duas
empresas merecem destaque: a Blue Origin e a SpaceX, sendo esta última
responsável por enviar o primeiro carro ao espaço, o modelo Roadster da
montadora Tesla, especializada em veículos elétricos. “A simbologia do
envio do automóvel aponta para um futuro de conquista e colonização
planetárias. O que pode parecer um salto para a tecnologia também pode
representar um risco à vida em outros planetas, visto que o veículo
estaria carregando microrganismos que poderiam dizimar formas de vida
que ainda não conhecemos”, pontua Beltrão.
– Reeleição de Maduro na Venezuela
Nicolás
Maduro foi reeleito presidente da Venezuela com 67,7% dos votos e
governará por mais seis anos uma Venezuela que sofre grave crise
socioeconômica, protestos violentos, e que ultrapassa mais de 200 mortos
pelos confrontos. Mesmo com 75% de reprovação popular, Maduro ainda
mantém eleitores leais das camadas mais populares, e o governo atribui
toda a culpa dos problemas vividos pelo país a uma política econômica
neoliberal perversa, orientada pelos EUA.
– Tentativa de independência da província Catalunha
A
província da Catalunha aprovou, por referendo popular em outubro de
2017, sua independência da Espanha em um movimento que levou menos da
metade dos eleitores às urnas. “Embora o resultado tenha sido
pró-independência, a adesão baixa no pleito gerou dúvidas sobre sua
legitimidade, sendo esse o principal viés de atuação do governo espanhol
contra os separatistas”, explica o consultor. A Catalunha reivindica
independência por considerar-se culturalmente distinta do restante do
país. Também justifica que os impostos pagos são desproporcionais ao que
recebem em troca do Governo Central de Madri.
– A Copa da pluralidade
Esse tema
revela os grandes movimentos populacionais e resume a diversidade
cultural criada por tais trocas. Beltrão lembra que a copa de 2018,
inclusive, levantou importantes debates no mundo todo: a imigração, o
racismo, o repúdio ao assédio sexual, a queda das grandes potências e o
ressurgimento de outras equipes. No tocante à imigração, é latente em
vários países o crescimento do repúdio ao imigrante, com manifestações
xenofóbicas, criação de muros e inclusive detenções e extradições.
– Apropriação de dados privados dos usuários pelo Facebook
“Vive-se a
era da vulnerabilidade, em que dados, sentimentos, emoções e desejos
são monitorados por ferramentas inseridas nas redes sociais de aparente
irrelevância e inocência, mas que têm como objetivos processar
informações que possam ser exploradas para fins econômicos”, pontua.
Nesse sentido, serviços ou produtos são sugeridos e publicidades
direcionadas a públicos pontuais, mediante suas necessidades ou
sentimentos expressados nas conversas, buscas e fotos. “A apropriação de
dados privados dos usuários pelo Facebook aponta para o perigo do
tráfico de dados nas redes sociais”, completa o consultor.
– Surto de febre amarela
Vive-se
no Brasil o maior surto de febre amarela desde 1980. Embora a febre
amarela urbana tenha, no decorrer dos anos, praticamente desaparecido,
sua versão silvestre continuou a existir – a partir de 2014 o vírus
começou a se propagar da região amazônica por meio de corredores de
florestas, atravessando o Centro-Oeste e chegando ao Sudeste, infectando
os macacos da Mata Atlântica. Dadas as mudanças ambientais, os
mosquitos foram impulsionados a migrarem para as áreas urbanas. Os
estados mais afetados são Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
– Agrotóxicos ou defensivos: uma questão de perspectiva
Mais de
64% da produção de alimentos no Brasil faz uso de agrotóxicos,
posicionando o país desde 2008 como o maior consumidor mundial, segundo
dados da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, realizado em conjunto
com o Ministério da Saúde. Beltrão explica que essa informação pauta a
discussão sobre as consequências ao meio ambiente, tais como
contaminação e empobrecimento do solo e à saúde, pelo desenvolvimento de
doenças. O Projeto de Lei 6.299/2002, conhecido como PL do Veneno, já
aprovado em comissão irá para votação no plenário da Câmara dos
Deputados e propõe a mudança do nome “agrotóxico” para “fitossanitário”,
o que flexibiliza a utilização dos agrotóxicos no país, tornando
proibidas apenas as substâncias que apresentem “riscos inaceitáveis”,
algo que ainda carece de estudos e pesquisa de longo prazo, tornando-se
vago o veredicto.
– Vacinação enfrenta resistência
O Brasil,
reconhecido mundialmente por seu amplo e gratuito programa de vacinação
da população, inserido como Política Pública de Saúde no país, trouxe
uma cobertura que erradicou doenças como caxumba, sarampo, rubéola e
poliomielite. Todavia, nos últimos anos, foram observadas reduções
significativas nos índices de imunização, considerando que parte das
famílias alimentadas por informações não-científicas decida por uma ou
outra vacina.
– Empoderamento feminino
Empoderar
a mulher significa reforçar sua força, segurança e autoconfiança
perante a sociedade, e tal empoderamento impacta na sua vida pessoal,
política e profissional. São inúmeras as iniciativas de organizações
brasileiras voltadas à igualdade de gênero, embora essa questão ainda
precise avançar muito. “Em 2010, a ONU lançou os “Princípios do
Empoderamento Feminino”, com o intuito de nortear algumas ações na
esfera pública e privada, e este pode ser um excelente documento para
acúmulo de repertório sobre o assunto”, indica o consultor.
– Acirramento das políticas de imigração nos EUA
Desde a
eleição de Donald Trump houve um endurecimento das políticas de
imigração nos Estados Unidos, observando um enorme contingente de
latino-americanos detidos e deportados todos os dias. E o drama aumentou
quando entre o fim de abril e o início de maio deste ano, mais de 2,3
mil crianças foram separadas de suas famílias ao tentarem atravessar a
fronteira ilegalmente, segundo dados do Departamento de Segurança
Nacional americano. “Vale ressaltar que a criminalização e a detenção
são medidas oriundas do governo Obama, todavia, foi com o governo Trump
que aumentaram em 40%”, acrescenta Beltrão.
– Reaproximação entre as Coreias
As duas
Coreias tentam derreter o gelo nas relações diplomáticas e pôr um fim à
tensão de uma guerra iminente. E o ano de 2018 traz um importante
significado para esse apaziguamento, pois a Coreia do Norte celebrará 70
anos de sua fundação, e a Coreia do Sul sediará os Jogos Olímpicos de
Inverno. “A dificuldade na reaproximação entre os dois países consiste,
de um lado, pelos exercícios militares da Coreia do Sul com o apoio
Estados Unidos, e do outro, pelos testes nucleares realizados por
Pyongyang e a turbulenta relação da Coreia do Norte com Washington”,
resume o consultor.
– Mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém
O governo
Donald Trump, cumprindo promessas de campanha, transferiu a embaixada
dos Estados Unidos da capital israelense Tel-Aviv para Jerusalém,
objetivando transmitir a mensagem internacional de que Jerusalém é a
verdadeira capital do Estado de Israel. Beltrão explica que tal decisão
de Trump acendeu o estopim para confrontos na região por uma declarada
oposição da Palestina, Líbano, Síria, Irã, entre outros.
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