O juiz
Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, encaminhou ao Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) manifestação em que nega ter tentado
influenciar o processo eleitoral ao tornar público o teor da colaboração
premiada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.
Parte
dos depoimentos foram tornados público por Moro em 1º de outubro, seis
dias antes do primeiro turno das eleições. Neles, Palocci acusa o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff
de participação direta no esquema de corrupção na Petrobras,
investigado pela Operação Lava Jato.
Moro
disse ao corregedor-nacional de Justiça, Humberto Martins, que não teve
qualquer intenção de influenciar as eleições ao divulgar os depoimentos,
uma vez que o atual candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, não
é citado por Palocci. O magistrado acrescentou ainda que não poderia
interromper o andamento do processo somente em função do calendário
eleitoral.
“Retardar
a publicidade do depoimento para depois das eleições poderia ser
considerado tão inapropriado como a sua divulgação no período anterior.
Se o depoimento, por hipótese, tem alguma influência nas eleições,
ocultar a sua existência representa igual interferência a sua
divulgação”, argumentou Moro.
Ele
desqualificou as duas representações abertas contra ele no CNJ pelos
deputados do PT Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira. Para Moro,
os procedimentos “inserem-se na linha adotada por alguns agentes do
Partido dos Trabalhadores de buscarem criminalizar a atividade
jurisdicional”.
Moro
afirmou ainda que os deputados petistas “buscam, estes mesmos agentes
políticos, através de provocação ao Conselho Nacional de Justiça (cuja
composição desejam, aliás, alterar), cercear decisões da Justiça que
contrariam os seus interesses partidários, mesmo às custas da aplicação
da lei a crimes de corrupção”.
Nas duas
representações abertas pelo PT, o partido afirma que Moro “desvirtuou de
seu dever de serenidade” ao tornar público o conteúdo da delação a seis
dias do primeiro turno das eleições. Segundo o partido, o juiz inflamou
a sociedade “a partir de documentos que não passaram pelo crivo do
contraditório”.
Por Felipe Pontes / Da Agência Brasil
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