O ex-presidente do Peru, Alan García,
cometeu suicídio na manhã desta quarta-feira, 17, com um tiro na cabeça
quando policiais chegaram em sua residência, na capital do país, para
prendê-lo por conexões com uma investigação sobre suborno no caso
relacionado à construtora brasileira Odebrecht, informou seu advogado.
Ele chegou a ser levado para um hospital, onde passou por cirurgia, mas
não resistiu e morreu, após três horas no centro cirúrgico.
“Esta manhã aconteceu este acidente
lamentável: o presidente tomou a decisão de atirar”, disse Erasmo Reyna,
o advogado, na entrada do Hospital de Emergências Casimiro Ulloa, em
Lima.
O hospital indicou que García, de 69
anos, tinha “um ferimento de bala na cabeça” e chegou a ser operado.
Depois, confirmou a morte do ex-presidente por volta das 12h30 (horário
de Brasília).
Caso Odebrecht
Segundo a ordem judicial obtida pela
agência Associated Press, a autorização para prender García foi emitida
sob argumento de que o ex-presidente teria recebido US$ 100 mil da
Odebrecht pagos de forma disfarçada como o cachê de uma conferência em
São Paulo feita em 2012.
A Odebrecht está no centro do maior
escândalo de corrupção na América Latina depois de ter admitido, em
acordo assinado em 2016 com o Departamento de Justiça dos EUA, ter pago
mais de US$ 800 milhões em propinas em diversos países da região para
ser beneficiada em grandes obras de infraestrutura.
No Peru, a empresa disse que pagou US$
29 milhões entre 2005 e 2014. O caso atingiu também os ex-presidentes
peruanos Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e
Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), todos sob investigação da promotoria.
Na semana passada, a Justiça peruana
ordenou a detenção por dez dias de Kuczynski no âmbito de uma
investigação por suposto crime de lavagem de dinheiro no caso Odebrecht.
(Com informações Estadão Conteúdo).
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