Bahia: Para comandante da PM, ação que terminou na morte de soldado foi ‘necessária’

 Foto: Divulgação / SSP-BA

O comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, Paulo Coutinho, defendeu a ação que terminou na morte de Wesley Góes, soldado que sofreu um “surto psicótico” no Farol da Barra, em Salvador, no domingo. Durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, Coutinho rebateu críticas de que a operação teria sido “desproporcional” e afirmou que a vida dos agentes de segurança estava em risco. As informações são do jornal “A Tarde”.

— Enquanto os disparos não estavam oferecendo riscos para a tropa e para as pessoas que circulavam, protegemos a integridade do soldado. Sempre temos esse cuidado, temos expertise de atender ocorrência dessa natureza. Foram utilizadas outras alternativas, porém ele estava com uma arma de grande poder de letalidade e em determinado momento todos os recursos de isolamento e proteção foram esgotados — ressaltou.

Wesley foi atingido por dez tiros feitos por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) após quatro horas de negociações frustradas. O soldado manuseava e acionava um fuzil e uma pistola e chegou a dar tiros para o alto no local. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Wesley foi socorrido no Hospital Geral do Estado (HGE), no centro da capital baiana. Em estado grave, foi intubado, mas não resistiu e morreu.

De acordo com o comandante-geral, um inquérito policial será instaurado para apurar a conduta dos agentes que participaram da operação.

— Ocorrências críticas possuem muitas motivações e só podem ser esclarecidas após a abertura do processo investigativo. Mas ali foi um típico caso de um indivíduo que estava passando por um transtorno mental e estava desconectado da realidade. As imagens falam por si só — disse.

Coutinho também refutou a possibilidade de que a categoria realize para uma paralisação geral. Ainda na noite de domingo, um grupo de PMs ligados à Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA) convocou uma assembleia para esta segunda-feira.

— Temos que deixar bem claro que a PM é bem maior do que isso. Estamos com o alto comando da corporação em funcionamento para servir e proteger o cidadão. Qualquer manifestação de ordem política não cabe nesse momento — afirmou.

O Globo

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