Posso pegar Covid mesmo depois de tomar duas doses da vacina? Médicos explicam. Especialistas ouvidos pelo iG afirmam que o imunizante serve para evitar que as pessoas tenham a forma grave da doença e não precisem ir para um hospital ou necessitem de um tratamento mais complexo

 



Posso pegar Covid mesmo depois de tomar as duas doses da vacina? Confira

 Muitas pessoas no Brasil já tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19 e este número cresce um pouco a cada dia. Com essa crescente imunização da população, surgem também algumas dúvidas relativas à imunidade adquirida.

Dentre algumas delas estão: Após tomar as duas doses da vacina contra a Covid, eu posso pegar o vírus novamente? A vacina vai me deixar completamente protegido contra a doença? O iG vai explicar agora como o imunizante atua no nosso corpo e se é possível pegar a doença após se imunizar. Confira:

A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Viviane Boaventura, afirma que a pessoa, mesmo após ter tomado as duas doses do imunizante, pode se infectar com a doença, mas ressalta que a vacina tem o objetivo de prevenir os casos graves da doença, evitando que a pessoa precise de internação ou desenvolva um quadro mais grave de Covid-19.

“A pessoa vacinada pode se infectar e, potencialmente, transmitir a doença para outras (...) as vacinas atuam como uma espécie de treino para o nosso sistema imunológico. Nas vacinas existem substâncias que estão presentes nos vírus, mas são incapazes de causar a doença. Isso faz com que o nosso sistema de defesa se ative e crie mecanismos mais sofisticados para combater o vírus”, afirma a especialista.

Ela complementa que a “expectativa é de que a maioria das pessoas vacinadas tenham, no máximo, uma doença leve”.

O médico epidemiologista José Geraldo também afirma que nenhuma vacina protege completamente contra alguma doença, mas que elas são muitos importantes para controlar o quadro epidemiológico.

“Infelizmente é possível, sim, ser infectado (após duas doses) e até adoecer, isso porque nenhuma vacina é 100% eficaz. Essa eficácia também varia de acordo com alguns parâmetros, como idade, uso ou não de imunossupressores, por isso é sempre importante, mesmo vacinado, continuar se protegendo – usando máscaras, lavagem das mãos e afastamento social”.

Importância de se imunizar

Ambos os especialistas afiram que se vacinar é importante para atingir a imunidade e, desta maneira, aliviar o sistema de saúde nacional, já que a ocorrência de casos graves da doença em pessoas que tomaram o imunizante é muito menor.

As fake news sobre a vacina, na visão de ambos, também têm um papel negativo, porque muitas pessoas acabam acreditando em notícias falsas sobre a eficácia e segurança dos imunizantes adquiridos. Para eles, o combate a esse problema também deve ser de responsabilidade de todos, para que o país possa, o mais rápido possível, atingir um nível de imunização em massa considerado o mínimo ideal.

"Fake news são um grande desserviço à população. Eu mesmo já recebi listas de pessoas que teriam falecido após tomar a vacina e muitos ali eram inventados. Outras eram pessoas que tinham tomado apenas uma dose, ou tinham se vacinados no período de incubação da doença. O ideal, portanto, não é se informar por redes sociais”, afirmou José Geraldo.

Sistema de vigilância

“Existe um sistema de vigilância, o chamado estudo de fase 4, onde são identificados os eventos adversos e os problemas com as vacinas. Esse sistema é gerido por órgãos do governo que são responsáveis por nos dar alertas caso haja algum problema com essas vacinas. Sendo assim, qualquer problema e dúvida sobre uma vacina deve ser checado em órgãos oficiais”, disse a pesquisadora da Fiocruz, Viviane Boaventura.


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