Algoritmo compara áudio em tempo real com material veiculado nas rádios, explica auditoria em relatório entregue ao TSE

 


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A auditoria anexada ao pedido de processo administrativo da coordenação da campanha de Jair Bolsonaro, para apurar as 154 mil inserções de rádio a menos que a do ex-presidente Lula, detalha a metodologia utilizada pela empresa Audiency. O documento foi entregue em menos de 24 horas, prazo estipulado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

O documento assinado por Anacleto Angelo Ortigara, Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, afirma que “que há fidedignidade dos dados citados, bem como que, todas as formas de operações da empresa Audiency Brasil Tecnologia Ltda, podem ser demonstradas a qualquer tempo às autoridades competentes.

Entenda como funciona a auditoria

De acordo com a descrição da metodologia, a Audiency cria um algoritmo/código que captura o áudio emitido em tempo real pelo streaming público das emissoras, transformando-o em dados binários. Esses arquivos binários  são processados e  comparados com áudios cadastrados no banco de dados da plataforma por espelhamento. A armazenagem em banco de dados, com guarda dos dados pós-processados possibilitam, inclusive, buscas retroativas.

A esse processo de acompanhamento chamamos de checking de mídia ou auditagem de campanha e é ele que nos assegura o controle das veiculações da campanha, verificando o número de publicações ocorridas“, explica Anacleto em documento anexado à petição inicial. “Para que se realize esse acompanhamento, é fundamental termos dados que balizem as análises, e esses dados, quando devidamente tratados, abastecem um completo banco de dados com informações estratégicas importantíssimas, que permitem ao anunciante e sua agência avaliar a qualidade e eficácia de sua campanha publicitária, e o retorno do investimento realizado.”

A Audiency se colocou à disposição para fazer uma demonstração do sistema  – em tempo real e off line- , submetendo-se a responder todas as questões de natureza técnica ao TSE tendo disponibilizado, inclusive, o acesso com login e senha a técnicos e/ou profissionais designados pela corte eleitoral, para a efetivação de testes.

A defesa da campanha de Jair Bolsonaro apresentou, ainda, dez pastas de arquivos de mídia disponibilizadas num drive com gravações da programação das rádios Extremo Sul, Povo, Clube, Viva Voz, 89 FM, Bispa FM, Hits FM e Integração comprovando a não veiculação do número correto de inserções da campanha do atual presidente.

Segue link de acesso público da plataforma google drive, por meio do qual o digno Relator, sua assessoria ou o corpo técnico do Tribunal, poderão ter amplo e irrestrito acesso a todos os dados referentes à veiculação de inserções de rádio, que balizaram o estudo técnico apresentado, incluídos aqueles expressamente referidos na decisão ora em exame”, diz trecho da petição referindo-se às mídias.

Com informações de O Antagonista

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