[OPINIÃO] JOSIAS DE SOUZA: Ipec indica que eleitor leva água ao chope de Lula num ritmo de conta-gotas

 

Foto: Nelson Almeida

Na fachada principal, a nova pesquisa presidencial do Ipec revela um quadro de estabilidade. A vantagem de Lula sobre Bolsonaro oscilou negativamente dentro da margem de erro. Deslizou de 9 para 7 pontos em uma semana. Ainda é mais do que os 5 pontos de dianteira obtidos por Lula nas urnas do primeiro turno.

A apenas 12 dias do reencontro do eleitor com as urnas, o cenário mais provável continua sendo o de derrota de Bolsonaro. Mas quem observa os dados que aparecem nos fundos da pesquisa percebe que o eleitor despeja água no chope de Lula em conta-gotas.

Bolsonaro colecionou na pesquisa do Ipec um lote de dados positivos. Por exemplo: saboreou uma queda de dois pontos na sua taxa de rejeição. Evidência de que a ação de André Janones, chefe do departamento de pancadarias do comitê de Lula, não surtiu os efeitos desejados. Caiu seis pontos a desvantagem entre os mais pobres, majoritariamente fechados com Lula.

No Sudeste, há empate técnico, com Bolsonaro dois pontos à frente. O presidente reduziu em quatro pontos a ampla vantagem de Lula no Nordeste. Avançou também nas capitais, onde a dianteira de Lula caiu de dez para quatro pontos em uma semana.

A despeito da arruaça bolsonarista em Aparecida, Bolsonaro cresceu inexplicáveis quatro pontos até entre os católicos. Ironicamente, o capitão perdeu três pontos entre os evangélicos.

Os movimentos que ocorrem no quintal dos fundos da pesquisa ainda não tiram o favoritismo de Lula. Mas já consolidam Bolsonaro como um potencial futuro opositor duro de roer.

De resto, acendeu no painel de controle do comitê de Lula a luz vermelha da abstenção. O comparecimento dos eleitores às urnas do próximo dia 30 tornou-se vital para o favorito.

UOL – Josias de Souza

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