EX-JUIZ QUE CONDENOU CABRAL NA LAVA-JATO, MORO CRITICA SOLTURA: ‘HONESTIDADE PARECE TER SIDO BANIDA’

 

 enador eleito Sergio Moro (União Brasil) – Foto: Mauro Pimentel/AFP 

O senador eleito Sergio Moro, que quando juiz determinou a prisão preventiva do ex-governador Sérgio Cabral convertida para prisão domiciliar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feria, comentou em suas redes sociais a decisão. Em sua conta no Twitter, Moro afirmou que estamos vivendo “tempos desafiadores” e aproveitou para pedir o apoio dos eleitores para seu trabalho no Senado a partir do ano que vem.

“Sergio Cabral solto, a responsabilidade fiscal abandonada, as estatais ameaçadas pela volta do loteamento político. Vivemos tempos desafiadores nos quais a honestidade parece ter sido banida.Lutaremos no Senado para restabelecer a verdade e a justiça.O seu apoio será fundamental”, escreveu o ex-juiz.

Enquanto juiz, Moro condenou Cabral a 14 anos e dois meses de prisão por receber vantagens indevidas a partir do contrato da Petrobras com o Consórcio Terraplanagem Comperj, a empresas contratadas à época para o serviço, segundo a denúncia do Ministério Público Federal. O órgão apontou que mais de R$ 2,6 milhões foram identificados em transações de lavagem de dinheiro, ocultação e dissimulação. Os repasses eram feitos a envolvidos no esquema em parcelas abaixo de R$ 10 mil, muitas vezes por meio de pagamentos em dinheiro vivo. Esta era única condenação que mantinha Cabral preso, já que quatro mandados de prisão preventiva contra o ex-governador, na Justiça Federal do Rio de Janeiro, já tinham sido derrubados.

Sérgio Cabral foi preso, em seu apartamento no Leblon, em 17 de novembro de 2016 durante a Operação Calicute, que apurou crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa nas obras para a urbanização em Manguinhos (PAC Favelas), a construção do Arco Metropolitano e a reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014.

O ex-governador do Rio é acusado de liderar um grupo que desviou cerca de R$ 224 milhões em contratos com diversas empreiteiras, dos quais R$ 30 milhões referentes a obras tocadas pela Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia.

Agência O Globo

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