Rogério Marinho diz que ataques às sedes dos três Poderes deixam governo Lula “confortável”


Foto: Marcos Corrêa/Presidência

O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) afirma que os ataques às sedes dos três Poderes deixam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “muito confortável” e diz que a postura de uma “minoria radical” não pode ser usada para taxar todos os apoiadores do ex-presidente de terroristas.

“Os atos praticados por essa minoria estão servindo de justificativa para se rotular todos aqueles que têm alguma diferença do ponto de vista programático —ideológico— ao governo Lula. Como se fossem terroristas, radicais, antidemocratas. Isso não é verdade”, diz Marinho em entrevista à Folha de São Paulo.

Candidato à presidência do Senado contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Marinho afirma que dará andamento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre os financiadores do atentado se for eleito, mas cobrará investigação ampla —inclusive contra o Ministério da Justiça e Segurança Pública, hoje comandado por Flávio Dino (PSB).

Marinho critica decisões do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e diz que o Brasil precisa reencontrar a “normalidade democrática”, mas avalia que a abertura de impeachment é uma medida extrema.

Veja trecho da entrevista:

Como o sr. analisa o que aconteceu nos ataques contra os três Poderes?

O que aconteceu é reprovável sob qualquer ângulo. Nós achamos que essa minoria de radicais praticou um ato de barbárie, de vandalismo, que precisa ser punido. Nós temos consciência de que não é dessa forma que se faz enfrentamento democrático e oposição.

Ao mesmo tempo, os atos praticados por essa minoria estão servindo de justificativa para se rotular todos aqueles que têm alguma diferença do ponto de vista programático —ideológico— ao governo Lula. Como se fossem terroristas, radicais, antidemocratas. Isso não é verdade. Até porque mais de 58 milhões de brasileiros não votaram em Lula. Nós temos que ter muito cuidado com essa generalização e essa estigmatização de uma parcela considerável da sociedade, que está sendo tratada de forma pouco recomendável e pouco republicana.

Como o sr. viu a reação das autoridades, especialmente de Moraes?

Eu acredito que está havendo, por parte daqueles que já tomaram decisões em relação ao episódio, por um lado a diligência necessária; mas, por outro, certa seletividade. Se há omissão, se a imprensa já noticia que o aparato de inteligência do governo federal tinha conhecimento de que esses atos aconteceriam, por que não foram tomadas providências para evitar que isso ocorresse? A culpa é apenas da Polícia Militar [do DF]? Ou a culpa pode ser apurada para verificar se a omissão e a falta de proatividade que resultou no quebra-quebra pode ser imputada ao governo federal?

Clique aqui para ler a entrevista completa

Folhapress

Comentários