A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), disse que “o clima ainda é preocupante” no Rio Grande do Norte. A fala foi feita em um pronunciamento à imprensa nesta quarta-feira, 15. O Estado é alvo de ataque há dois dias, segundo o governo, em reação de presos que pedem revisão de políticas da administração penitenciária.
“O clima ainda é preocupante, merece toda atenção, mas a atuação das nossas forças de segurança já têm trazido resultado, com uma redução de 60% nos ataques, comparando da segunda até esta quarta pela manhã. Tivemos cerca de 27 ataques, no geral, só que dessa terça para quarta houve uma redução porque foi contabilizado até o momento 10 ataques hoje”, disse.
No pronunciamento, Fátima declarou que o Estado contabiliza 27 ataques criminosos a prédios públicos e veículos desde a madrugada de terça-feira, 14. O número, no entanto, é menor que o de cidades onde crimes foram registrados: 29.
A governadora ainda afirmou que as equipes da Força Nacional que chegaram ao Estado na madrugada desta quarta-feira começam a atuar nas ruas nesta tarde. Disse também que o Estado vai contar com apoio de militares e viaturas das forças de segurança da Paraíba e do Ceará.
De acordo com a governadora, a Força Nacional atuará em Natal, cidades da região metropolitana da capital, e Mossoró, na região Oeste.
No pronunciamento, disse que houve uma redução nos ataques nesta quarta-feira e atribuiu o resultado às prisões. Ao todo, 31 pessoas foram presas.
“Nós não vamos de maneira nenhuma recuar no que diz respeito a todas as medidas que o Estado tem adotado e continuará adotando, respeitando inclusive a lei de execução penal para trazer a normalidade para a vida do povo do Rio Grande do Norte”, disse.
Após os ataques, o transporte público em alguma cidades foi suspenso ou reduzido. A governadora informou que vai se reunir com empresários do setor para pedir que sejam normalizados.
Situação nos presídios
A situação nos presídios é, segundo o governo, o motivo para os ataques, que são organizados por uma facção. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os presos estariam reivindicando televisão e visitas íntimas. Nesta quarta-feira, familiares de tentos fizeram um protesto pedindo melhores condições.
Desde 2022, um relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) aponta situações alarmantes nas unidades prisionais. Situações como marmitas com comida estragada, presos em tratamento inicial de tuberculose usados como vetor de contaminação, reclusão por mais de trinta dias em celas de castigo, além de torturas físicas e psicológicas em presídios do RN.
Sobre o caso, a governadora também se pronunciou.
“Nosso governo jamais compactuará com nenhuma medida de arbítrio. Jamais. Portanto essas denúncias serão investigadas pelo próprio governo. Temos feito um esforço grande aqui no sentido de avançar nos projetos de ressocialização na área de educação, na preparação para o trabalho. O que será feito é uma investigação profunda para saber isso procede”, declarou a governadora.
Com informações g1 RN
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