DIPLOMATA NEGA TER TRAZIDO JOIAS ENVIADAS POR SAUDITAS A BOLSONARO

 

Foto: Reprodução

O diplomata Christian Vargas, que compôs a comissão do Ministério de Minas e Energia que trouxe o segundo pacote de joias dadas de presente pela Arábia Saudita ao Brasil, negou ter trazido os objetos. Um primeiro pacote de joias avaliadas em mais de R$ 16,5 milhões retidas pela Receita Federal por questões legais chegou a conhecimento público nesse sábado (4/3). Depois, descobriu-se que havia uma segunda remessa.

“Minhas funções eram estritamente de assessoramento político-diplomático, e não incluíam aspectos logísticos e de protocolo, como troca de presentes, que ficavam a cargo do ajudante de ordens do ministro [Bento Albuquerque, titular da pasta sob Bolsonaro]”, disse Vargas, em nota.

O servidor manifestou-se depois de o ex-ministro de Minas e Energia afirmar em entrevista que trouxe o segundo pacote com ajuda dos integrantes da comissão.

“Devo dizer que ninguém me solicitou, em nenhum momento, que transportasse qualquer pacote ou bagagem alheia. E, se isso tivesse ocorrido, eu evidentemente teria me negado a fazê-lo. Ingressei em território brasileiro pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, somente com minha bagagem e meus pertences pessoais e, ao passar pelo controle da Receita Federal, não foi detectada qualquer irregularidade”, concluiu o diplomata.

O segundo pacote não foi interceptado pela Receita, mas também estava na bagagem de um dos integrantes da comitiva que viajou ao Oriente Médio em outubro de 2021, em missão oficial, e também seria um presente do governo saudita.

O pacote inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard. Publicamente, não há estimativa ou avaliação de valores desse outro lote de joias. Essas joias foram entregues por um assessor especial do Ministério de Minas e Energia ao Palácio do Planalto apenas em novembro de 2022, tendo ficado sob a guarda da pasta desde o desembarque no Brasil, em 2021.

Não estão claros os motivos que levaram a Receita a reter somente parte das joias enviadas pelos sauditas.

Metrópoles

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