Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os presos por participação nos atos de 8 de janeiro sofrem com comida estragada, falta de água e de produtos de higiene. De acordo com um relatório produzido pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos, os custodiados jogam maior parte da comida fora — por estar estragada e azeda — e reclamam de problemas de saúde devido à falta de água potável.
O documento foi entregue à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), presidida pelo deputado Fábio Felix (PSol). O relatório foi feito com base em visitas realizadas ao Complexo da Papuda e à Colmeia, onde os detentos pelos atos de 8 de janeiro estão encarcerados.
A primeira visita do órgão ocorreu na Papuda. Segundo o relatório, a alimentação ofertada aos custodiados é “inadequada e insuficiente”. As reclamações vão desde o gosto da comida até a qualidade do alimento.
“[…] relataram que a carne de soja tem um gosto horrível e que é servida pelo menos quatro vezes na semana. Segundo relatos, a maioria da refeição servida no almoço da unidade é descartada pelos custodiados, de tão intragável. A refeição tem um aspecto asqueroso e um cheiro bastante desagradável. Além disso, foi denunciado de maneira unânime que é comum chegar azeda e estragada. A unidade não fornece nenhum tipo de talher para alimentação, restando aos internos improvisarem uma colher ou comer com as mãos. Muitos relataram se sentir humilhados por tal fato”, diz o documento.
Em relação à higiene, os apenados relataram ao órgão que não têm acesso a água potável e muitos apontam problemas de pele, alergias e diarreias por causa do consumo da água da pia. As pessoas que estavam há meses na unidade também se encontravam sem colchão, toalha e ou cobertas. As poucas que tinham esses artigos, alguns estavam em péssimas condições de conservação e inadequados para uso, especialmente os colchões.
Metrópoles
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