Janja influencia Lula e age com autonomia no governo, mas tem incomodado muitos ministros


Foto: Ton Molina.

A pessoa mais forte no governo Lula ocupa uma sala próxima ao presidente no terceiro andar do Palácio do Planalto, determina políticas de governo, escolhe ministros e coloca na geladeira os nomes da Esplanada dos Ministérios que a contrariem. Não se trata do ministro da Fazenda nem do chefe da Casa Civil, que tradicionalmente concentram o poder no Planalto, mas da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, que substituiu no terceiro mandato do marido a função que era exercida nos anos 2000 por um pequeno comitê de petistas como José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Dulci e Paulo Okamoto. Atualmente, os titulares da Esplanada dos Ministérios são o hardware da máquina pública, mas ela é o software que dá conteúdo e alma ao governo.

Um dos principais sinais dessa nova configuração no centro do poder é a substituição do carrancudo viés sindicalista que caracterizou os primeiros governos petistas por uma forma de atuação mais leve e descontraída. Janja traduz o barulho das redes sociais para o marido, dribla as provocações digitais dos extremistas e faz a ponte com as pautas da nova esquerda, como a luta por mais diversidade e igualdade de gêneros. Vinte e um anos mais nova do que o companheiro, ela rejuvenesceu o chefe do Executivo, a quem chama publicamente de “meu boy”, e dá uma roupagem pop e moderna ao governo. Sua feição é de quem está de bem com a vida.

Com informações da Isto É.

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