“Sumiço” de três milhões de brasileiros no censo do IBGE preocupa governo


Perto da conclusão, censo teria identificado pouco menos de 205 milhões de habitantes até agora (Foto: Reprodução)

Ainda mantidos em sigilo, os últimos resultados do censo demográfico acenderam um alerta no governo pelo suposto “sumiço” de quase três milhões de brasileiros, que pode afetar a formulação de políticas públicas e a distribuição de verbas para centenas de prefeituras.

Muito perto de sua conclusão, o recenseamento teria identificado pouco menos de 205 milhões de habitantes até agora, conforme relataram à CNN integrantes do governo com conhecimento dos resultados. É uma diferença significativa em relação às projeções apresentadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim do ano passado.

Na ocasião, o instituto divulgou uma prévia do censo com base nas coletas realizadas até 25 de dezembro. As estimativas indicavam a existência de ao menos 207,8 brasileiros.

Mais de três meses depois, o número efetivamente contabilizado seria quase três milhões abaixo disso. Em termos populacionais, equivale a praticamente um Distrito Federal de discrepância. Há preocupação no Ministério do Planejamento, a quem o IBGE está vinculado, e no Palácio do Planalto.

A suspeita é que um contingente expressivo de famílias de baixa renda se declarou como “unipessoal”, sem informar cônjuge e filhos, pelo receio de perder acesso a benefícios sociais.

Prefeituras afetadas

Prefeitos de diversas regiões do país fizeram chegar ao Governo Federal que estão preocupados com a perda de recursos no âmbito do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) — por meio do qual a União distribui 22,5% de sua arrecadação com Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Cerca de 700 prefeituras alegavam perda de repasses com a nova distribuição. Muitos municípios argumentavam que os dados do IBGE não condiziam com a realidade local.

O Planalto foi informado, inclusive, de que diversas prefeituras estavam contratando pessoas para rodarem bairros, apurarem inconsistências e contestarem os dados preliminares do IBGE.

Isso porque, em muitos casos, a população havia diminuído frente ao último censo, o que não fazia sentido e implicaria em menos recursos chegando ao município. O temor, no governo, é que esse problema se consolide e até se acentue com os resultados definitivos do censo.

Com informações CNN, em Brasília

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