Cobrado a entrar na articulação, Lula fala três vezes mais com chefes de governo estrangeiros do que com parlamentares


Foto:  Ricardo Stuckert/PR

Classificado até por adversários como um “animal político”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diminuiu o ritmo dos encontros com deputados e senadores no início do seu terceiro mandato, momento em que o governo ainda não conseguiu arregimentar uma base fiel no Congresso. Com isso, tornou-se o chefe do Executivo que menos se reuniu com parlamentares desde Dilma Rousseff — conhecida pela sua aversão às negociações políticas.

Levantamento feito pelo O Globo na agenda oficial mostra que, de janeiro até a sexta-feira passada, Lula se reuniu apenas nove vezes com deputados ou senadores de partidos aliados. No mesmo período, o presidente intensificou sua agenda internacional e, em cinco meses, já se encontrou com 30 chefes de governo estrangeiros — apenas um a menos do que o ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo de todo os seus quatro anos no Palácio do Planalto.

Agenda presidencial — Foto: Editoria de Arte

Agenda presidencial — Foto: Editoria de Arte/O Globo

A ausência do presidente nas negociações tem sido um dos principais pontos citados por parlamentares para justificar a dificuldade que o governo enfrenta para vencer votações no Parlamento. Nos bastidores, criticam o isolamento do petista e dizem ser preciso que ele “desça à planície” para cessar a sequência de derrotas no Legislativo.

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