Maior erro de Lula é focar em vingança e revanchismo, diz Moro em entrevista

Foto: Divulgação/Record TV

 O senador Sergio Moro (União-PR) criticou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (25), durante conversa exclusiva no JR Entrevista. Ao repórter Thiago Nolasco, o ex-juiz da Operação Lava Jato afirmou que o presidente se preocupa com o “passado, em uma espécie de vingança e revanchismo”.

“Ficar tratando o passado com uma espécie de vingança e revanche tem sido o maior erro do governo Lula, como desfazer as reformas feitas pelos ex-presidentes Temer e Bolsonaro. Falta apresentação de projetos, [o governo] não constrói para o futuro. Eu não vou na tribuna falar sobre o tríplex nem sobre o sítio de Atibaia, não que não sejam importantes”, declarou Moro.

O tríplex, localizado em Guarujá (SP), foi atribuído a Lula pela Lava Jato. Após longa batalha judicial, o caso foi arquivado pela Justiça Federal em Brasília, e o imóvel foi sorteado. O Supremo Tribunal Federal declarou, em junho de 2021, Moro suspeito para julgar o ex-presidente Lula no caso. A Corte já tinha firmado maioria para manter a suspeição de Moro em abril daquele ano, mas o julgamento tinha sido interrompido devido a um pedido de vista do então ministro Marco Aurélio. Após a retomada do julgamento, os ministros decidiram, por 7 a 4, manter a validade da decisão que considerou parcial a atuação de Moro contra Lula.

Em relação ao caso do sítio de Atibaia (SP), em que o presidente era acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, a condenação foi anulada também pela Justiça Federal em Brasília, por ausência de provas.

Juiz afastado da Lava Jato

Moro também criticou o juiz afastado da Lava Jato Eduardo Appio, a quem chamou de “desequilibrado emocional”. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região afastou preliminarmente, na última segunda-feira (22), Appio da Vara Federal de Curitiba (PR). Ele estava à frente da Lava Jato desde fevereiro.

“Nunca tive nenhum problema pessoal com ele [Appio]. Ele fez algumas decisões extravagantes e fazia críticas ao trabalho feito na Lava Jato, mas não levo para o lado pessoal. Mas o afastamento foi necessário. Os heróis do dia foram o filho do desembargador e a pessoa que gravou. É triste falar isso de um colega, [porque a atitude] denota desequilíbrio emocional. Não se pode deixar um juiz com esse nível de desequilíbrio cuidando de processos dessa importância”, criticou.

R7

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