Lula e aliados já criticaram o Banco Central e Campos Neto ao menos 75 vezes

 

Foto: JOSEPH EID/AFP/Getty Images

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados criticaram o BC (Banco Central), pelo menos, 75 vezes desde o início do governo. O chefe do Executivo foi o mais atuante de janeiro a junho: 19 reclamações ao todo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ficou em 2º no ranking de quem mais se queixou da atuação da autoridade monetária. Foram 17 vezes.

As críticas começaram em 18 de janeiro de 2023. E se intensificaram. Só em junho, por exemplo, Lula e aliados criticaram o Banco Central 22 vezes.

Antes de 18 de janeiro, o assunto era pouco abordado pelo presidente. No discurso realizado no Congresso durante a posse, Lula não fez menção ao Banco Central ou aos juros.

Tema ficou de fora da campanha eleitoral de Lula

Na campanha eleitoral, o presidente também deixou a taxa básica de lado. A taxa Selic está em 13,75%, patamar elevado que serve para controlar a inflação e as expectativas futuras para os índices de preços. Em contrapartida, o juro alto limita a atividade econômica e encarece o crédito, o que prejudica pequenas empresas. Esse é um dos motivos para Lula questionar a autonomia operacional do Banco Central, sancionada em fevereiro de 2021.

O chefe do Executivo responsabiliza o presidente do BC, Roberto Campos Neto, pelos problemas macroeconômicos do país.

O BC critica o argumento de que as decisões são políticas, já que parte da restrição às condições de crédito foram realizadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Defende que os comunicados são técnicos.

Depois das críticas de Lula e aliados, Campos Neto teve que ir ao Senado por duas vezes prestar esclarecimentos sobre o patamar da taxa Selic. Os principais argumentos para manter os juros altos era a inflação ainda acima da meta e as expectativas futuras para inflação e juros “desancoradas”, ou seja, com elevado grau de incerteza.

ALIADOS EXALTADOS

Além de Lula, os principais aliados do governo têm se colocado de prontidão para atacar o Banco Central pelas decisões. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada na 4ª feira (21.jun.2023), o Banco Central ignorou as críticas novamente e manteve a Selic em 13,75% ao ano. Essa foi a 7ª manutenção dos juros seguida, sendo a 4ª no governo atual.

Também estão na lista das pessoas que já criticaram Campos Neto, ou os juros, ou a meta de inflação:

  • a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, com 7 críticas;
  • o vice-presidente, Geraldo Alckmin, com 6 críticas;
  • o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, com 4 críticas;
  • o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, com 3 críticas;
  • o partido do presidente, com 3 críticas;
  • o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, com uma crítica;
  • e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, com uma crítica.

Poder 360

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