Foto: Reprodução
Câmeras corporais dos policiais militares baleados durante uma abordagem na Zona Leste de São Paulo, na quinta-feira (1º), ajudaram na identificação do suspeito de 25 anos preso e registraram toda a situação.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o soldado Cleison Santos de Matos, que teve o rosto atingido, está internado na UTI do Hospital das Clínicas, com sedação leve.
“A equipe médica aguarda a redução no inchaço no maxilar para que sejam avaliados qual o melhor procedimento cirúrgico a ser adotado, assim como a extensão dos danos decorrentes do tiro em sua face.”
Já o soldado Robert Castro de Abreu está consciente e segue medicado, com cirurgia prevista para a próxima terça-feira (6) para retirada do projétil. Matos sofreu um tiro no rosto e Robert dois tiros nas pernas e um na barriga.
Abordagem filmada
Os PMs faziam uma ronda em policiamento de rotina pela região de São Mateus. Às 8h30, os policiais abordaram uma dupla. Um deles, menor de idade.
Durante a revista, o soldado Matos pegou um celular que estava com Dario Gabriel Costa Viveiros, e começou um diálogo.
-Atirador: tá constando alguma coisa, senhor, nesse celular?
–Policial: tô verificando aqui.
Na sequência, o PM pede o documento e o rapaz fala que está em casa. O policial pergunta a idade do menino, que diz ter 17.
-Policial: vou jogar a real com você. O celular está constando um BO. aqui. Você vai segurar esse BO. ou você vai colocar na conta do moleque
-Policial: vou falar a real pra você, irmão. Falar com papo de homem.
–Atirador: eu queria trocar umas ideia, senhor. De verdade. De homem. Papo reto de homem mesmo, senhor.
–Policial: papo de homem, você tá fazendo suas correria e eu estou fazendo meu trampo. Tá tudo gravado desde a hora que eu te abordei.
Em seguida, o policial afirma que levará o suspeito para a delegacia, e ele terá que explicar sobre o aparelho furtado. Dario indica que o adolescente que estava ao lado seja levado ao DP e não ele.
– Atirador: o senhor pode levar ele, então, no meu lugar?
– Policial: não. O celular tava com quem?
– Atirador: senhor, o celular tava comigo, senhor.
– Policial: então pronto, mano. então segura teu bo. Você é sujeito homem.
– Atirador: senhor, mas é o seguinte, eu mesmo não roubei esse celular. Pelo amor de Deus.
– Policial: tá bom, então.Você vai chegar lá, você explica pro delegado.
– Atirador: pelo amor de Deus, senhor. Eu tenho família. Pro senhor entender, eu sei que o senhor tá gravando, pelo amor de Deus, senhor, me dá uma oportunidade, mano.
– Policial: que oportunidade…
– Atirador: o menino tá aqui do meu lado. Ele pode segurar o celular, senhor .
– Policial: é o seguinte: você vai de boa? Ou vou ter que te algemar?
– Atirador: eu vou de boa.
– Atirador: vamos trocar umas ideia? Calma aí, senhor.
– Policial: Não tem que trocar ideia não, mano
– Atirador: calma aí, não precisa me segurar, não, que eu não vou correr.
– Policial: precisa, sim, eu vou te meter a algema. Eu tô trocando ideia de boa.
Em seguida, o PM pede para o parceiro abrir o porta-malas da viatura. Dario diz que não vai fugir. Mas ele tenta correr, e é agarrado pelos policiais. São cerca de 15 segundos de embate entre os três.
Uma câmera de segurança na rua também registrou a fuga de Dario, até que ele pega a arma de um dos PMs e atirar ao menos cinco vezes.
De acordo com informações do g1, a defesa do atirador afirmou que “tudo será esclarecido no curso da instrução criminal”. e que “o acusado se reserva do direito de se manifestar no momento adequado, sobre o que for necessário para a elucidação dos fatos e da verdade”.
Fuga
Depois que atingiu os dois, ele fugiu pela rua, entrou numa casa, onde roubou roupas para continuar a fuga. As câmeras corporais dos policiais ajudaram para a identificação do autor dos disparos, que foi preso após negociação entre policiais militares e a família dele.
O menor que havia fugido durante o confronto também foi apreendido no mesmo dia. Os policiais prenderam ainda Maurício Alberto Alves de Oliveira. A polícia afirma que ele ficou com a arma entregue por Dario e o ajudou a trocar de roupa para tentar fugir.
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