Irã nega ter ajudado Hamas a planejar ataques surpresa a Israel

Foto: MAHMUD HAMS / AFP

O governo iraniano rebateu, nesta segunda-feira, acusações de que teria ajudado a planejar o ataque surpresa do Hamas em Israel, no sábado, e autorizado a operação em uma reunião em Beirute, no Líbano. Um porta-voz da diplomacia do país destacou que as alegações sobre o papel de Teerã na ofensiva “são baseadas em motivos políticos” e apontou que o poder local não intervém “na tomada de decisões de outras nações, incluindo a Palestina”.

— A resistência da nação palestina tem a capacidade, a força e a vontade necessárias para se defender, defender a sua nação e tentar recuperar os seus direitos perdidos — disse Nasser Kanani, durante uma conferência de imprensa em Teerã.

A Guarda Revolucionária do Irã teria ajudado a planejar o ataque, segundo informações do jornal “Wall Street Journal” publicadas neste domingo, citando fontes do grupo extremista armado e do Hezbollah. O conflito na Faixa de Gaza já resultou em um grande número de mortes, com mais de 700 no lado israelense, pelo menos 413 em Gaza e sete na Cisjordânia. O número total de feridos é de cerca de 4.500, sendo aproximadamente 2.300 do lado palestino e 2.240 em Israel.

Segundo a reportagem, os oficiais do Irã colaboraram com o Hamas desde agosto para planejar uma operação complexa envolvendo incursões aéreas, terrestres e marítimas, marcando uma das maiores violações das fronteiras de Israel desde a Guerra do Yom Kippur, em 1973.

O jornal também cita que detalhes da operação foram refinados durante várias reuniões em Beirute, nas quais oficiais da Guarda Revolucionária colaboraram com representantes de quatro grupos militantes apoiados pelo Irã, incluindo o Hamas e o Hezbollah.

Embora o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, tenha mencionado que não há evidências concretas ligando o Irã a este ataque específico, ele reconheceu a longa relação entre o país e esses grupos. O Hamas, por sua vez, afirma que o ataque foi uma decisão independente, negando qualquer influência direta do Irã.

O Globo

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