“Eu gritei por socorro”, diz viúva de patriota morto na Papuda

 

Foto: Breno Esaki/Metropoles

Dias antes de passar mal durante o banho de sol e ter um infarto fulminante, Cleriston Pereira da Cunha teria se queixado à esposa, Jane Duarte, 45 anos, de dor no peito. Ela visitou o marido na última quinta-feira (16/11), quando ele relatou que não se sentia bem. O “patriota” estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) II do Distrito Federal, no Complexo Penitenciário da Papuda, suspeito de participar do quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes, no dia dos atos antidemocráticos na área central de Brasília, em 8 de janeiro.

“Eu pedia por socorro”, relembra Jane. Ela contou que levava os remédios para o marido e que, com frequência, ele passava mal. “Eu avisei, dei atestado médico, laudo. Eu falava: ‘Gente, pelo amor de Deus”, explica. O Metrópoles teve acesso a um laudo de julho – o documento mostra que, sem o devido tratamento, Cleriston corria risco de morte.

“Sempre relatava sobre a saúde dele. Nada foi ouvido, nada foi visto, nada”, indignou-se Jane. “Hoje eu me encontro viúva. E os nossos sonhos, quem vai realizar nossos sonhos?”, lamentou a mulher.

De acordo com a comerciante, Cleriston tomava nove medicamentos por dia, e ela, com frequência, levava os remédios ao presídio, para que o marido pudesse dar continuidade ao tratamento. Jane e Cleriston tinham 25 anos de casados e moravam há dois anos em uma casa localizada em Vicente Pires. O casal mantinha uma distribuidora de bebidas no Assentamento 26 de Setembro.

Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia emitido parecer favorável à liberdade provisória do detento. A manifestação da PGR não chegou a ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que julga os processos contra presos pelos atos antidemocráticos.

Informações: Metrópoles

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