Bolsonaro fala em saia justa entre Lula e Milei, rebate Janja e vê possibilidade de concorrer em 2026


Foto: Reprodução/CNN

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao deixar a Argentina, nesta segunda-feira (11), conversou com a CNN no hotel onde estava hospedado.

Ele falou sobre o encontro com o presidente da Argentina, Javier Milei, chamou de saia justa a relação do atual governo brasileiro com o governo argentino, criticou os rumos da economia no Brasil, e questionou os motivos que o tornou inelegível e afirmou que poderia haver mudança até 2026.

Leia os principais pontos da entrevista:

Encontro com Milei e relação do Brasil com o governo argentino

“Conversei por quase uma hora com Milei. Conversa bastante amistosa. Ele formou um equipe por critério técnico. A economia é o maior desafio da Argentina, e foi para nós. E vai ser muito maior para ele aqui. (…) Eu estive aqui para dar um abraço nele. Ele me tratou como chefe de Estado aqui. (…) O governo brasileiro investiu na candidatura do Massa, o oponente. E não teve sucesso e obviamente ficou em uma saia justa para comparecer ao evento da posse”.

Direita na Argentina

“Eu falei para o Milei. [A direita na Argentina] vale muito mais do que se pensa. Vale para a América do Sul e, porque não dizer também, para o mundo. O que eu entendo é que a direita é a verdade, é buscar realmente chegar ao poder para fazer pelo povo. E não chegar ao poder pelo poder. (…) A Argentina forte é bom para o Brasil”.

Economia no Brasil

“Os números têm mostrado. Estamos no quarto mês consecutivo com perda de arrecadação, com aumento de despesa. (…) No nosso governo diminuímos impostos, foi o primeiro governo que se tem notícia a diminuir impostos e aumentamos a arrecadação. Era só seguir a política de Paulo Guedes que estaria tudo bem.

Agora querer comparar Haddad com Paulo Guedes… Simplesmente não há base para esse tipo de comparação.

Infelizmente, o Brasil, pelo que tudo indica, não tem como dar certo com esses que estão conduzindo a política no momento.

O balcão de negócios se faz de forma escancarada, no Brasil. Troca de ministérios, bancos oficiais, estatais, tudo visando a entender aos interesses outros como aconteceu no passado.

Os mesmos ingredientes do passado, o que culminou com o impeachment da Dilma e o endividamento enorme do Brasil, em especial na Petrobras, a mesma receita não tem como dar certo atualmente”.

Eleição de 2026

“Primeiramente, por que me tornaram inelegível? Porque eu me reuni com embaixadores? Eu não me reuni com aqueles do Complexo do Alemão, que é um local — todo mundo sabe — tomado pelo tráfico. Por que eu botei um empresário no meu lado no 7 de Setembro? Que o TSE falou que era o cabo eleitoral meu. Eu não recebo a dama do tráfico. Nunca recebi ninguém ligado ao tráfico do meu lado. Então, essas foram as acusações? Então, pode mudar isso aí.

No TSE, foi um julgamento não foi político, foi politiqueiro. Esses foram os argumentos. Alguns se gabam que salvaram o Brasil da ditadura, que eu queria dar um golpe, passaram quatro anos falando que eu queria dar um golpe.

E depois inventaram que eu teria alguma ação no 8 de janeiro. Deixo claro: lamento o 8 de janeiro, invasão de prédios públicos, quebra-quebra, feito por alguns, que infiltrados, no meu entender, tanto é que o da Justiça, Flávio Dino, escondeu e fez com que o 8 de janeiro não fosse esclarecido.

Até se pergunta: se eu queria dar um golpe, por que o Dino não mostrou as imagens? Ele estava escondendo o quê? Escondendo que tinha uma Força de Segurança do lado do Ministério da Justiça, que podia evitar aquela invasão? Ou para evitar as imagens que, porventura, estavam chegando ao Ministério da Justiça para assistir de camarote àquilo que — no meu entender — foi planejado por eles e não pelo pessoal do nosso lado”.

Sobre a fala da primeira-dama, Janja da Silva, sobre uma possível prisão

“A primeira-dama fala pelos cotovelos do que ela acha que pode acontecer comigo”.

A declaração da primeira-dama foi em um evento do Partido dos Trabalhadores (PT), no último sábado (9). Ela disse que “Se tudo der certo, logo Bolsonaro vai estar preso”.

A CNN procurou as assessorias de TSE, Planalto, Janja e Dino para comentar as declarações de Bolsonaro, mas ainda não obteve resposta.

Sobre as falas do ex-presidente em relação a Janja e Dino, foram procuradas a Secretaria de Comunicação do Planalto e a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, mas ainda não houve retorno. Também não houve até o momento manifestação do TSE e do Planalto sobre as declarações.

CNN Brasil

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