Juiz diz que Ludmilla só ficou famosa no exterior por erro do Hino Nacional e não por ‘suposto talento’

 

Um juiz do TJ do Rio de Janeiro resolveu descer a borduna em Ludmilla ao rejeitar, na terça-feira passada, um pedido da cantora para que um processo por suposto plágio, no qual ela é ré, passe a tramitar em segredo de Justiça. A defesa de Ludmilla alegou que a ação contém dados pessoais.

A justificativa dada pelos advogados é que a artista merece ter resguardado o direito à intimidade, uma vez que se tornou “reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho na indústria musical”. Beleza. Só que o magistrado Alexandre Mesquita, titular da 1ª Vara Empresarial do estado, discorda.

Ao negar o pedido, Mesquita pôs em xeque, na decisão, o talento musical de Ludmilla. Além disso, faz referência ao momento em que ela teria errado a letra do Hino Nacional no GP de Fórmula 1, em São Paulo, em novembro. No início da interpretação, a voz de Lud deixou de ser ouvida por segundos: o ‘tribunal’ da internet a acusou de ter esquecido os versos, mas ela afirma que se tratou, na verdade, de falha técnica no sistema de som.

Diz o juiz Mesquita, que, aparentemente, não está entre os ouvintes de Ludmilla no Spotify: “De fato, a 1ª ré é reconhecida internacionalmente, mas não pelo seu suposto talento, mas pelo fato de que conseguiu esquecer a letra do Hino Nacional na abertura do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, o que repercutiu na imprensa internacional. Entretanto, se é, como alega, reconhecida internacionalmente, não há nos autos nenhum dado protegido pelo direito constitucional à intimidade, razão pela qual indefiro o requerimento”.

O comentário não guarda qualquer pertinência com o tema do processo (uma possível cópia da música “Essa é a Minha Tara”, do compositor Reynaldo Veríssimo, em duas obras de Ludmilla: “Vem Amor Bate e Não Para” e “Vem Amor”). E ainda foi acompanhado de uma publicação de um site de notícias sediado em Hong Kong (BNN Breaking), em que o episódio do hino teve destaque — outra referência totalmente alheia ao caso judicial.

Lauro Jardim

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