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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na sexta-feira (21), que não pretende deixar o país para evitar uma eventual prisão a ser decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração do ex-mandatário foi dada em entrevista à Revista Oeste.
“Eu entendo que é melhor ficar aqui. Agora, será, no meu entender, uma medida muito ruim para o próprio Supremo Tribunal Federal. Nós não queremos desgastes das instituições, queremos a verdade”, disse Bolsonaro.
Na última terça-feira (18), Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022.
O ex-chefe do Executivo voltou a reafirmar sua inocência na conversa de ontem e negou que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 tenham sido uma tentativa de golpe de Estado.
“Não tem a mínima prova contra a minha pessoa. Eu não estava aqui no dia 8 de janeiro [de 2023]. Se bem que no dia 8 de janeiro não houve tentativa de golpe de Estado, como disse o próprio ministro da Defesa, José Múcio. Por que eu teria de sair [do país]?”, questionou Bolsonaro.
Segundo o ex-presidente, “o sistema, o Estado profundo, me quer morto, não me quer preso”.
Denúncia da PGR
No decorrer da entrevista, o ex-mandatário classificou a denúncia apresentada contra ele pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, como “fantasiosa”, além de destacar que não deveria ser julgado pela Primeira Turma do STF, como deve ocorrer, mas sim pelo plenário da Corte.
“Eu deveria estar na primeira instância. O foro adequado é a primeira instância. Eu, sendo julgado, tem que ser o plenário. O pessoal do 8 de janeiro está sendo julgado pelo plenário. Que meu julgamento não seja por intermédio de gravação de vídeo. Tem que ter o debate ali. Isso se chama devido processo legal”, argumentou Bolsonaro.
Assinada por Gonet, a denúncia foi enviada ao ministro Moraes, relator do caso no Supremo. Com a apresentação do documento, Moraes estabeleceu o prazo de 15 dias para os advogados de Bolsonaro apresentarem defesa e eventuais contestações. Se assim houver, o ministro abrirá vista à PGR para responder aos questionamentos em até cinco dias.
A seguir, a denúncia volta ao STF e Moraes avaliará a acusação e os argumentos da defesa. Não há prazo para a análise.
CNN Brasil
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